Wednesday, May 31, 2006

Um momento de poesia!

No fundo do mar há brancos pavores,
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.
Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas,
Baloiça o cavalo marinho.
Um polvo avança
No desalinho
Dos seus mil braços,
Uma flor dança,
Sem ruído vibram os espaços.
Sobre a areia o tempo poisa
Leve como um lenço.
Mas por mais bela que seja cada coisa
Tem um monstro em si suspenso.

Sophia De Mello Breyner (“Fundo do mar”, Obra Poética, Vol. I)

1 Comments:

At May 31, 2006 11:16 am, Anonymous Anonymous said...

o fundo do mar é brutal
lá ver se a moratória sái
para que ele se mantenha igual
senão fica vazio e sem vida animal

 

Post a Comment

<< Home